Por Leandro Bonifácio
Marcus Vinícius Batista Ferreira, mais conhecido como Marcos Ferreira, é o carnavalesco mais novo em atividade.
O artista tem 27 anos e há dois anos assina o carnaval da Estácio de Sá. Completam a equipe os assistentes de criação Cláudio Almeida, Bruno Laíza, Letícia Fiúza, que também exerce a função de secretária e cerca de 40 funcionários de barracão, entre eles: Ferreiros, carpinteiros, pintores.
Marcus ganhou o prêmio de revelação do grupo de acesso melhor figurino e melhor destaque.
Recebeu prêmios no carnaval virtual, do qual é carnavalesco. Já trabalhou com Jaime Cezário, Severo Luzardo, que hoje está no Império da Tijuca e fez trabalhos para Mauro Quintaes e Paulo Barros.
Em 2009 assumiu a Mocidade de Vicente de Carvalho no grupo C e conseguiu levá-la à Sapucaí. No ano seguinte manteve a escola no mesmo grupo, fato inédito para a escola. Em seguida assumiu a Estácio de Sá e obteve a 3ª colocação com o enredo “Rosas”.
Em entrevista ao site OABRELAS, ele nos conta um pouco da sua trajetória.
Para Marcus, renovação no carnaval é importante e tem de ter profissionalismo.
“Levo com muito profissionalismo, graças a Deus por onde passei consegui resultados. Renovação no carnaval é importante, eu e a escola recebemos muitas críticas esse ano por causa da minha pouca idade. Porém todos viram que o jovem soube fazer um carnaval a altura da escola” disse.
Na Estácio de Sá já passaram grandes carnavalescos, que
hoje têm seus nomes gravados na história do carnaval. Rosa Magalhães, Max Lopes, Mário Borrielo, Sylvio Cunha são alguns deles. Marcus não vê como peso estar onde esses artistas passaram.
“Hoje as pessoas me vêem como carnavalesco da Estácio pelo carnaval que foi meu cartão de visitas na escola. Eles confiam no Marcus Ferreira como carnavalesco da escola. Não vejo como peso passar onde passaram vários carnavalescos consagrados, peso é você fazer Intendente Magalhães sem dinheiro”, comentou.
O enredo “Luma de Oliveira – Coração de um país em festa” foi sugerido pela diretoria da Estácio, que tem uma relação próxima com a homenageada. Em comum acordo com Luma, o carnavalesco não vai mostrar a vida da estrela na avenida. Marcus Encontrou outra solução para o tema, que segundo ele, vai ser uma brincadeira carnavalesca.
“Imaginaram que seria a vida pessoal e profissional dela, mas a Luma pediu que só fosse retratado o carnaval e era a proposta que eu tinha. Descobri um texto do João Bosco I Give Love, de 1988, que fala da expectativa do brasileiro ao ver a Luma na Avenida. O carnaval da Estácio vai ser carnavalesco, com figurino de carnaval. Vamos brincar com as manifestações folclóricas carnavalescas”, explicou.
O carnavalesco da vermelha e branca do Morro de São Carlos adiantou que a escola vai desfilar com cinco alegorias e o abre-alas será acoplado. Cerca de 50 figurinos em 25 alas mistas para contar como blocos e bandas vão chegar ao Rio de Janeiro. O trabalho no barracão já começou. Desta forma Marcus pretende ter mais calma na preparação.
“Estamos na fase final de projeto dos figurinos. Começamos a desmontar as alegorias mais cedo do que no ano passado. Esse mês vamos subir um carro na parte de ferragem iniciando pelo abre-alas. Estamos empenhado e cumprindo a cronologia passada à direção do carnaval. Assim vamos ter mais calma na preparação”,comemorou.
Luma de Oliveira virá no último carro ao lado de mestre Ciça, hoje na Grande Rio, mas eterno mestre da bateria “Medalha de Ouro” como destaca o carnavalesco. Marcos promete um carnaval mais limpo e mais criativo para 2012, com uma mudança nas cores para justificar o enredo sem esquecer do vermelho e branco, cores da Estácio. Outras promessas e apostas do jovem são mudanças na plástica do desfile, leveza e bom gosto sem exageros. Mais criatividade nas escolhas de materiais e figurinos para acertar no final.
Coordenada ou Box se der. Explicação passo a passo do enredo.
Para acabar com as dúvidas em relação ao que vai ser abordado no desfile, Marcus Ferreira explicou passo a passo como vai preparar os setores da escola para 2012, uma grande brincadeira entre várias manifestações folclóricas do Brasil.
“Como rainha de bateria, foliã e imagem do carnaval carioca ela é imbatível. Luma sempre respeitou o espaço da Avenida, vamos fazer uma brincadeira e convidar todas as manifestações carnavalescas do Brasil para virem ver a Luma passar.
Primeiro vem o maracatu, bumba-meu-boi, frevo e os caboclinhos, quem os recebe são os Clóvis, na Avenida Rio Branco que é o reduto deles. O Clóvis é uma manifestação folclórica, carnavalesca carioca, a Rio Branco se torna palco de chegada dessas manifestações.
Em um segundo momento chegam os ritmos afros, o Olodum, a Timbalada o Ileayê, os Filhos de Gandhi e o Povo de Gueto, todos são recebidos na Lapa pelo Orunmilá que é uma banda de ritmo afro e desfila no carnaval carioca. Depois chegam os blocos e bandas de embalo, vêm o Galo da Madrugada, Bacalhau do Batata, bloco dos esfarrapados, de São Paulo, que se juntam obviamente à Banda de Ipanema, Monobloco, Suvaco do Cristo.
Todos são recebidos pelo Cordão da Bola Preta, na Cinelândia, onde se reúnem milhares de foliões no sábado de carnaval. Depois todos vão à Sapucaí, que é o coração de um país em festa, como diz o texto do João Bosco. A bateria é o coração de uma escola de samba, os ritmistas também serão homenageados, faz-se um cortejo para ver a Luma passar. Ela vai ser recebida pelo mestre Ciça, eterno mestre da bateria Medalha de Ouro, como é conhecida a bateria da Estácio, ele vai ser o mestre de cerimônia na chegada dela ao desfile da Estácio, no último carro”, finalizou.
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